sábado, 16 de junho de 2012

PRELÚDIO DO RETORNO


PRELÚDIO DO RETORNO
Estudo com base in O Livro dos Espíritos, Livro Segundo, qq. de 330 à 343.
Obra codificada por Allan Kardec
(Outras obras citadas no texto)
Pesquisa: Elio Mollo


Se a alma não atingiu a perfeição durante a vida corpórea, é necessário que ela submeta à prova em uma outra existência para poder depurar-se. Assim, quando está próximo a época em que deve reencarnar, ela (a alma) têm um pressentimento disso. Sabe que deve retomar um corpo, da mesma forma que sabemos que devemos morrer um dia, mas ignora quando isso acontecerá.

Podemos dizer com segurança, que a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte é uma necessidade da vida corpórea.

Nem todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação, há os que absolutamente não pensam nela, que nem mesmo a compreendem; isso depende de sua natureza mais ou menos avançada. Para alguns, a incerteza quanto ao futuro é uma punição.

O Espírito pode abreviar o momento da reencarnação, solicitando-o por preces e pode também retardá-lo, se recuar ante a prova. Porque entre os Espíritos há também indiferentes e aqueles que não tem coragem; mas não o faz impunemente pois sofre com isso, como aquele que recusa o remédio que o pode curar.

Mesmo que o Espírito se sentisse bastante feliz numa condição mediana entre os Espíritos errantes, e não tivesse a intenção de elevar-se, não poderia ficar eternamente nessa condição, pois, chegaria o dia em que ele mesmo sentiria a necessidade de avançar; todos devem elevar-se, pois essa é a meta a ser atingida.

A união da alma com este ou aquele corpo é sempre designado com antecedência. Escolhendo a prova que deseja sofrer, o Espírito pede para se encarnar; Deus, que tudo sabe e tudo vê, sabe e vê com antecedência que tal alma se unirá a tal corpo.

O Espírito  também tem o direito de escolher o corpo, porque as imperfeições do corpo são provas que o ajudam no seu adiantamento, se ele vencer os obstáculos encontrados; mas a escolha não depende sempre dele; ele pode pedir.

Se o Espírito no último momento recusasse o corpo escolhido, sofreria mais do que aquele que não tivesse tentado nenhuma prova.

A criança quando deve nascer para viver, tem sempre uma alma predestinada; nada é criado sem um desígnio.

A união do Espírito com determinado corpo pode ser imposta por Deus, da mesma maneira que as diferentes provas, sobretudo quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação o Espírito pode ser constrangido a se unir ao corpo de uma criança que, por seu nascimento e pela posição que terá no mundo, poderá tornar-se para ele um meio de castigo.

Muitos Espíritos podem pedir a Deus para nascer num determinado corpo que vai nascer, mas é Deus quem julga, em casos assim, o que possuir melhor capacidade para preencher a missão e que irá se utilizar desse corpo. Mas, como já foi dito, o Espírito é designado antes do instante em que deve unir-se ao corpo.

A perturbação no momento da encarnação e muito maior e mais longa do que a que se verifica no momento da desencarnação. Na morte, o Espírito sai da escravidão; no nascimento ele entra nela.

No instante em que o Espírito deve encarnar-se ele sente como um viajante que embarca para uma travessia perigosa e não sabe se vai encontrar a morte nas vagas que o afronta. 

NOTA DE ALLAN KARDEC: O viajante que embarca sabe a que perigos se expõe, mas não sabe se naufragará. Assim se dá com o Espírito: ele conhece o gênero de provas a que se submete, mas não sabe se sucumbirá.

Da mesma maneira que a morte do corpo é um renascimento para o Espírito, a reencarnação é para ele uma espécie de morte, ou antes, de exílio e de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos. O Espírito sabe que se reencarnará, como homem sabe que morrerá; mas, como este, não tem consciência do fato senão no último momento, quando chega o momento desejado. Então, nesse momento supremo, a perturbação o envolve, como no homem em agonia, e essa perturbação persiste até que a nova existência esteja nitidamente firmada. O início da reencarnação é uma espécie de agonia para o Espírito.

A incerteza do Espírito quanto à eventualidade do sucesso das provas que vai sofrer na vida é para ele uma grande aflição, antes da encarnação, pois as provas da sua existência o retardarão ou o farão avançar, segundo as tiver bem ou mal suportado.

O acompanhamento de outros Espíritos, ou mesmo de amigos, que o assistem no momento da encarnação, depende da esfera que o Espírito habita. Se está nas esferas em que reina afeição, os Espíritos que o amam o acompanham até o derradeiro momento, o encorajam, e freqüentemente mesmo, o seguem durante a vida.

Os Espíritos amigos, que nos seguem durante a vida, são por vezes os mesmos que muito freqüentemente os vemos em sonhos, que nos testemunham a sua afeição e que muitas vezes se apresentam com feições desconhecidas; eles vem visitar-nos, como quando vamos visitar um prisioneiro nas grades. 

RESUMO (SÍNTESE DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS, B. Godoy Paiva)

Os Espíritos pressentem a época em que vão reencarnar. Entretanto, existem muitos, quem nem pensam nessa possibilidade e nem sequer a compreendem. Eles podem apressar a reencarnação, como distanciá-la, recuando diante da prova. Porém, ninguém procede assim impunemente, pois sofre com isso. O Espírito não pode ficar eternamente numa mesma condição, assim, chegará o dia em que ele mesmo sentirá a necessidade de progredir.

Todos devem progredir, espiritualmente falando, pois essa é uma meta a ser atingida.

A união da alma com o corpo é sempre designado com antecedência. Escolhendo a prova que deseja realizar, o Espírito pode escolher o corpo em que deve reencarnar e pedir sua reencarnação. Devemos ter em mente, que nem sempre é permitida a escolha e que algumas vezes a reencarnação em determinado corpo pode ser imposta.

No momento de encarnar, o Espírito sofre uma perturbação e por vezes muito maior e mais longa, semelhante aquela que experimenta ao desencarnar, porque pela morte ele sai da escravidão, e pelo nascimento entra para ela. Conforme a esfera a que pertença, o Espírito se acha acompanhado de outros, seus amigos, que vêm assistir a sua partida do mundo incorpóreo e lhe seguem muitas vezes os passos pela vida afora.

Muitas vezes vemos Espíritos, em sonho, que nos testemunham afeto e que nos são desconhecidos. São Espíritos amigos, que nos seguem os passos na vida, e que nos visitam, como se visita a uma encarcerado.

Livro “Missionários da Luz”
Cap. 12 - André Luiz

Nome de alguns personagens envolvidos neste capítulo:
Alexandre, André Luiz, Josino, Manassés e Anacleta.

ANDRÉ LUIZ : — Sabe de alguém que tenha regressado à Crosta?

MANASSÉS: — Sim.

ANDRÉ LUIZ: — Naturalmente terá escolhido um organismo irrepreensível.

MANASSÉS: — Nenhum dos que tenho visto partir, embora os méritos de que se encontravam revestidos, escolheram formas irrepreensíveis, quanto às linhas exteriores. Solicitaram providências em favor da existência sadia, preocupando-se com a resistência, equilíbrio, durabilidade e fortaleza do instrumento que os deveria servir, mas pediram medidas tendentes a lhes atenuarem o magnetismo pessoal, em caráter provisório, evitando-se-lhes apresentação física muito primorosa, ocultando, assim, a beleza de suas almas para a eficiente garantia de suas tarefas. Assim procedem, porquanto, vivendo a maioria das criaturas no jogo das aparências, quando na Crosta Planetária, incumbir-se-iam elas próprias de esmagar os missionários do Bem, se lhes conhecessem a verdadeira condição, através das vibrações destruidoras da inveja, do despeito, da antipatia gratuita e das disputas injustificáveis. Em vista disso, os trabalhadores conscientes, na maioria das vezes, organizam seus trabalhos em moldes exteriores menos graciosos, fugindo, por antecipação, ao influxo das paixões devastadoras das almas em desequilíbrio.

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