quinta-feira, 26 de abril de 2012

ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O ESPÍRITO DE VERDADE

ALGUMAS INFORMAÇÕES
SOBRE O ESPÍRITO DE VERDADE
Pesquisa: Elio Mollo



1856
Meu guia espiritual
IN OBRAS PÓSTUMAS (1890)
2ª parte - Extratos in Extenso dos Livros das Previsões Concernentes ao Espiritismo
Manuscrito composto com um cuidado todo especial por ALLAN KARDEC

25 DE MARÇO DE 1856
(Em casa do sr. Baudin, méd. srta. Baudin).

Eu morava, nessa época, na rua dos Mártyrs, nº 8, no segundo andar, no fundo do corredor. Uma noite, estando em meu gabinete de trabalho, pequenos golpes reiterados se fizeram ouvir contra a divisória que me separava do quarto vizinho. De início, não lhe prestei nenhuma atenção; mas, como esses golpes persistiam com mais força, mudando de lugar, fiz uma exploração minuciosa dos dois lados da divisória, escutei se provinham de um outro andar, e não descobri nada. O que havia de particular é que, cada vez que eu fazia procuras, o ruído cessava, e recomeçava logo que me repunha a trabalhar. Minha mulher entrou pelas dez horas; veio em meu gabinete e, ouvindo esses golpes, me perguntou o que era isso. Deles nada sei, respondi, faz uma hora que isso dura. Procuramos juntos, sem mais sucesso, e o ruído continuou até ã meia-noite, hora na qual ia me deitar.

No dia seguinte, sendo um dia de sessão na casa do Sr. Baudin, contei o fato, e pedi a sua explicação.

Perg. Sem dúvida, ouvistes o fato que acabo de citar; poderíeis dizer-me a causa dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistência?
– Resp. Era teu Espírito familiar.

– Perg. Com que objetivo vinha bater assim?
– Resp. Queria se comunicar contigo.

– Perg. Poderíeis dizer-me o que é que ele queria de mim?
– Resp. Podes perguntar a ele mesmo, porque está aqui. 

Nota. Nessa época não se fazia distinção entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos; eram confundidos sob a denominação geral de Espíritos familiares.

Perg. – Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, vos agradeço por ter vindo me visitar; quereríeis me dizer quem sois?
– Resp. Para ti, me chamarei A Verdade, e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.

Perg. – Ontem, quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa em particular para me dizer?
– Resp. O que tinha a dizer-te era sobre o trabalho que fazias, o que escrevias me desagradava, e queria te fazer cessar. 

Nota. O que escrevia era precisamente relativo aos estudos que fazia sobre os Espíritos, e suas manifestações.

Perg. – A vossa desaprovação era sobre o capítulo que escrevia, ou sobre o conjunto do trabalho?
– Resp. Sobre o capítulo de ontem; eu te fiz julgá-lo; torna a lê-lo esta noite, encontrarás as faltas e as corrigirás.

Perg. – Eu mesmo não estava muito satisfeito com esse capítulo e o refiz hoje; está melhor?
– Resp. Está melhor, mas não bastante bem. Lê da 3a. à 30a. linha e reconhecerás um grave erro.

– Perg. Rasguei o que fiz ontem.
– Resp. Não importa! Essa dilaceração não impede a falta de subsistir; relê e verás.

Perg. – O nome de Verdade, que tomastes, é uma alusão à verdade que procuro?
– Resp. Talvez; ou, pelo menos, é um guia que te protegerá e te ajudará.

– Perg. Depois posso vos evocar em minha casa?
– Resp. Sim, para te assistir pelo pensamento; mas, para respostas escritas em tua casa, não será senão em muito tempo que poderás obtê-las. 

Nota. Com efeito, durante mais ou menos um ano, não pude obter, em minha casa, nenhuma comunicação escrita, e cada vez que ali se encontrava um médium do qual esperava obter alguma coisa, uma circunstância imprevista vinha a isso se opor. Eu não obtinha comunicações senão fora de minha casa.

Perg. Poderíeis vir com mais freqüência do que todos os meses?
– Resp. Sim, mas não prometo senão uma vez por mês, até nova ordem. 

– Perg. Animastes algum personagem conhecido sobre a Terra?
– Resp. Eu te disse que, para ti, era a Verdade; esse para ti queria dizer discrição: disso não saberás mais. 

Nota. À noite, reentrando em minha casa, apressei-me em ler o que escrevera, e, seja na cópia lançada ao cesto, seja na nova, na 30a. linha, reconheci um erro grave que me admirava de haver cometido. Desde esse momento, nenhuma manifestação do mesmo gênero ocorreu; as relações com o meu Espírito protetor se achavam estabelecidas, essas manifestações não eram mais necessárias, por isso elas cessaram. O prazo de um mês que ele assinalara, para as suas comunicações, não foi senão raramente observado no princípio; mais tarde, não o foi de todo, era, sem dúvida, uma advertência de ter que trabalhar por mim mesmo, e de não estar, sem cessar, recorrendo a ele para a menor dificuldade.

* * *

9 DE ABRIL DE 1856
(Na casa do sr. Baudin, méd. srta. Baudin.)

Pergunta. – (À Verdade.) Criticastes o trabalho que fiz outro dia, e tivestes razão. Eu o reli, e reconheci, na 30a. linha, um erro contra o qual as vossas pancadas eram um protesto. Isso me conduziu a reconhecer outros erros e a refazer o trabalho. Estais mais satisfeito agora?
Resp. Acho-o melhor, mas te convido a esperar um mês antes de publicá-lo. 

– Perg. Certamente, não tenho a intenção de publicá-lo ainda, se nunca devo fazê-lo.
– Resp. Entendo mostrá-lo a estranhos. Encontra um pretexto para recusá-lo àqueles que o pedirão; daqui até lá, melhorarás esse trabalho. Faço-te esta recomendação para evitar a crítica; é do teu amor-próprio que eu cuido.

Perg. – Dissestes que seríeis para mim um guia, que me ajudaria e me protegeria; concebo essa proteção e o seu objetivo numa certa ordem de coisas, mas gostaríeis de me dizer se essa proteção se estende também às coisas materiais da vida?
– Resp. Neste mundo, a vida material importa muito; não te ajudar a viver, seria não te amar. 

Nota. A proteção desse Espírito, do qual estava longe de supor a superioridade, com efeito, jamais me faltou. Sua solicitude, e a dos bons Espíritos sob as suas ordens, se estende sobre todas as circunstâncias de minha vida, seja para me aplainar as dificuldades materiais, seja para me facilitar o cumprimento de meus trabalhos, seja, enfim, para me preservar dos efeitos da malevolência de meus antagonistas, sempre reduzidos à impossibilidade. Se as atribulações inerentes à missão que tinha que cumprir não puderam me ser poupadas, têm sempre sido abrandadas e largamente compensadas pelas bem doces satisfações morais.

* * *

 1857
In "O Livro dos espíritos"
obra codificada por Allan Kardec

Assinaturas de Prolegômenos

São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.

* * *

1858

In Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas
Obra de Allan Kardec que antecedeu o O LIVRO DOS MÉDIUNS
Capítulo II, MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

(...) No princípio de meus estudos sobre o Espiritismo estando ocupado, certa noite, com um trabalho relacionado a esta matéria, fizeram.se ouvir pancadas em redor de mim no decorrer de quatro horas consecutivas. Era a primeira vez que tal coisa me acontecia. Verifiquei que ela não tinham nenhuma causa acidental, mas, no momento, não pude saber mais nada. Nesta época eu tinha oportunidade de encontrar, constantemente, um excelente médium psicógrafo. Logo no dia seguinte, interroguei o Espírito que se comunicava por seu intermédio a respeito da causa das pancadas.

Era me foi-me respondido, teu espírito familiar que queria falar-te. 

E que deseja ele dizer-me?

Tu mesmo podes perguntar-lhe, pois ele se encontra aqui.

Tendo eu interrogado esse espírito, ele se deu a conhecer sob um nome alegórico eu soube depois, por outros Espíritos, que fora o de um ilustre filósofo da Antigüidade. Ele assinalou-me erros em meu trabalho, indicando linhas onde se encontravam. Deu-me úteis e sábios conselhos, e acrescentou que estaria sempre comigo e atenderia ao meu apelo todas as vezes que eu necessita-se interrogá-lo. Desde então, com efeito, esse espírito nunca mais me abandonou. Deu-me inúmeras provas de uma grande superioridade e sua ação benfazeja e eficaz se manifestou ao meu favor tanto no tocante a negócios da vida material quanto às questões espirituais. Mas, desde a nossa primeira conversa, cessaram as pancadas. Que desejava ele com efeito? Entrar em comunicação regular comigo. Para isso era necessário avisar-me. Sem dúvida não foi ele quem veio em pessoa, bater na minha casa. Provavelmente disso teria encarregado um emissário às suas ordens. Dado o aviso, oferecida sua explicação, estabelecidas as relações regulares, tornaram-se inúteis as pancadas, motivo pelo qual cessaram. Não se rufa mais o tambor para despertar os soldados, uma vez que eles estão de pé. 

* * *

1860

in Revista Espírita, janeiro de 1860
Sexta-feira, 23 de dezembro de 1859. (Sessão geral.)
Leitura da ata e dos trabalhos da sessão do dia 16 de dezembro.

Três comunicações espontâneas: a primeira pela senhor Roze, e assinada pelo Espírito de Verdade, contendo diversos conselhos à Sociedade; a segunda, de Charlei, pelo senhor Didier filho (continuação do trabalho começado); a terceira sobre os Espíritos que presidem às flores, pela senhora de B...

* * *

in Revista Espírita, fevereiro de 1860
Sexta-feira, 30 de dezembro de 1859. (Sessão particular.)
Leitura da ata da sessão de 23 de dezembro.

Duas comunicações espontâneas foram obtidas simultaneamente, a 1ª. do Espírito de Verdade, pelo senhor Roze, e contendo conselhos dirigidos à Sociedade, a 2ª. de Fénelon, pela senhorita Huet.

* * *

1861

In O Livro dos Médiuns, 2ª, parte cap. V, item 86.

Há muitos anos, quando iniciava meus estudos de Espiritismo, trabalhando uma noite nesse assunto, ouvi golpes que soaram ao meu redor durante quatro horas seguidas. Era a primeira vez que isso me acontecia. Verifiquei que não tinham nenhuma causa acidental, mas no momento não pude saber nada mais. Nessa época eu me encontrava sempre com um excelente médium escrevente. Logo no dia seguinte perguntei ao Espírito que se comunicava por ele qual era a causa dos golpes. Respondeu-me: — Era o teu Espírito Familiar que queria falar-te. E o que queria dizer-me? — Resposta: — Podes perguntara ele mesmo, que está aqui. Interroguei-o e ele se deu a conhecer por um nome alegórico. (Soube, depois, por outros Espíritos, que ele pertence a uma ordem muito elevada e que desempenhou na Terra um papel importante). Indicou erros no meu trabalho, apontando as linhas em que eu os encontraria, deu-me úteis e sábios conselhos e acrescentou que estaria sempre comigo e me atenderia quando eu quisesse interrogá-lo. Desde então, realmente, esse Espírito jamais me deixou. (*) Deu-me numerosas provas de grande superioridade e sua intervenção benévola e eficaz socorreu-me tanto nos problemas da vida material quanto nos metafísicos. Mas desde essa primeira conversa os golpes cessaram. O que desejava ele, com efeito? Estabelecer comunicação regular comigo, e para isso precisava me avisar. Dado o aviso, explica a sua razão e estabelecidas as relações regulares, os golpes não eram mais necessários. Não se toca mais o tambor para acordar os soldados, quando eles já se levantaram.

Caso quase semelhante ocorreu com um de nossos amigos. Há tempos que no seu quarto ressoavam barulhos diversos, que já se tornavam cansativos. Tendo a oportunidade de interrogar o Espírito de seu pai por um médium escrevente, soube o que dele queriam, atendeu o pedido e não ouviu mais os barulhos. Assinalemos que as pessoas que dispõem de meio regular e fácil de comunicação com os Espíritos, como se compreende, estão muito menos sujeitas a manifestações desse gênero.

(*) Tratava-se do Espírito da Verdade, como se vê pelo relato mais extenso deste fato que o leitor pode  encontrarem  Obras  Póstumas,  segunda  parte,  comunicação  de  25  de  março  de 1856, sob o título de Meu Guia Espiritual. Importante assinalar a afirmação de Kardec de que esse Espírito jamais o abandonou, o que põe por terra a teoria errônea que se lançou no meio espírita, segundo a qual esse Espírito deixou a Terra depois de escrito O Livro dos Espíritos. Pelo contrário toda a Codificação e todos os trabalhos de Kardec foram por ele orientados. (Nota de J. Herculano Pires.)

* * *

in Revista Espírita, outubro de 1861
(O Espiritismo em Lyon)
grupo de Saint-Just

"Senhor Allan Kardec, discípulo de Jesus, intérprete do Espírito de Verdade, sois nosso irmão em Deus; estamos todos reunidos em um mesmo coração, sob a proteção de São João Batista, protetor da Humanidade, precursor do grande mestre Jesus, nosso Salvador.

"Nós vos pedimos, nosso caro mestre, para mergulhar os vossos olhares no fundo de nossos corações, a fim de que possais vos dar conta das simpatias que temos por vós. Somos pobres trabalhadores, sem artes; uma espessa cortina, desde a nossa infância, foi estendida sobre nós para sufocar a nossa inteligência; mas vós, caro mestre, pela vontade do Todo-Poderoso, despedaçastes a cortina. Essa cortina, que acreditaram impenetrável, não pôde resistir à vossa digna coragem. Oh! Sim, nosso irmão, pegastes a pesada picareta para descobrir a semente do Espiritismo, que fora encerrada num terreno de granito; vós a semeastes aos quatro cantos do globo, e até em nossos pobres bairros de ignorantes, que começam a saborear o pão da vida.

"Todos nós te dizemos isto, do fundo do coração; estamos animados pelo mesmo fogo e repetimos todos: Glória a Allan Kardec e aos bons Espíritos que o inspiraram! e vós, bravos irmãos, Sr. e Sra. Dijoud, os benditos de Deus, de Jesus e de Maria, estais gravados em nossos corações para deles não sair jamais, porque sacrificastes por nós os vossos interesses e os vossos prazeres materiais. Deus o sabe; nós o agradecemos por vos ter escolhido para essa missão, e agradecemos também o nosso protetor superior São João Batista.

"Obrigado, senhor Allan Kardec; mil vezes obrigado, em nome do grupo de Saint-Just, por ter vindo entre nós, simples operários, e ainda bem imperfeitos em Espiritismo; a vossa presença nos causa uma grande alegria em meio de nossas tribulações, que são grandes neste momento de crise comercial; nos trouxestes o bálsamo benfazejo que se chama esperança, que acalma os ódios, e reacende no coração do homem o amor e a caridade. Nós nos aplicaremos, caro mestre, em seguir os vossos bons conselhos, e aqueles dos Espíritos superiores que terão a bondade de nos ajudar e de nos instruir, a fim de que todos nos tornemos verdadeiros e bons Espíritas. Caro mestre, ficai seguro de que levareis convosco a simpatia de nossos corações pela eternidade; nós o prometemos; somos e seremos sempre vossos adeptos sinceros e submissos. Permiti ao médium, e a mim, vos dar o beijo de amor fraternal, em nome de todos os irmãos e irmãs que estão aqui. Ficaríamos bem felizes se quisésseis brindar conosco."

* * *

in Revista Espírita, outubro de 1861
Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses
Lida no banquete de 19 de setembro de 1861.

(...)

...mas podeis considerar aqueles que cumprem, junto de vosso grupo, uma missão, um apostolado, como já tendo sido mártir da propagação da idéia igualitária, ensinada do alto do Gólgota
pelo nosso Cristo bem-amado!

(...)

Na minha alocução de ontem, falei de sua força irresistível; dela não sois a prova evidente, e não é um fato característico que a inauguração desta sociedade Não poderíeis crer o quanto estou orgulhoso em distribuir, a todos e a cada um, os elogios e os encorajamentos que o
Espírito de Verdade, nosso mestre bem-amado, me ordenou conceder às vossas piedosas coortes:

(...)

Lembrai-vos, meus amigos, que o Cristo tomou os seus apóstolos entre os últimos dos homens, e que esses últimos, mais fortes que os Césares, conquistaram o mundo para a idéia cristã.

* * *

in Revista Espírita, novembro de 1861
Banquete oferecido pelos Espíritas bordeleses ao Sr. Allan Kardec
Discurso e brinde do Sr. Allan Kardec.

(...)

Espírita, que se inicia, como a vossa, pela reunião espontânea de quase 300 pessoas, atraídas não por uma vã curiosidade, mas pela convicção, e o único desejo de se agruparem em um só feixe? Sim, senhores, este fato é não só característico, mas é providencial. Eis, a este respeito, o que me dizia ainda ontem, antes da sessão, o meu guia espiritual: o Espírito de Verdade.

"Deus marcou, com o cunho de sua vontade imutável, a hora da regeneração dos filhos desta grande cidade. À obra, pois, com confiança e coragem; esta noite os destinos de seus habitantes vão começar a sair da rotina das paixões que a sua riqueza e seu luxo fazem germinar como o joio junto do bom grão, para atingir, pelo progresso moral que o Espiritismo vai lhe imprimir, a altura dos destinos eternos. Bordeaux, vês tu, é uma cidade amada pelos Espíritos, porque ela vê se multiplicarem, entre suas paredes, os mais sublimes devotamentos da caridade, sob todas as formas; também estão aflitos por vê-la atrás no movimento progressivo que o Espiritismo vem impor à Humanidade; mas os progressos vão ser feitos tão rapidamente, que os Espíritos bendirão ao Senhor de te haver inspirado o desejo de vir ajudá-los a entrar neste caminho sagrado."

* * *

1862

in Revista Espírita, março de 1862
Sr. Jobard.
(11 de novembro. Sessão particular.
 - Médium, senhora Costel.)
Pergunta 12

Vedes os Espíritos que estão aqui convosco?
- R. Eu vejo sobretudo Lázaro e Erasto, depois, mais distante, o Espírito de Verdade, planando no espaço; depois, uma multidão de Espíritos amigos que vos cercam, apressados e benevolentes. Sede felizes, amigos, porque boas influências vos disputam às calamidades do erro.

* * *

in Revista Espírita, junho de 1862
Sr. Sanson.
(Sociedade Espírita de Paris, 25 de abril de 1862.
- Médium, Sr. Leymarie.
(Terceira entrevista; 2 de maio de 1862.)
Perguntas 12 e 13

Entre os Espíritos que estão aqui, vedes nosso presidente espiritual São Luís?
 - R. Está sempre junto a vós, e quando está ausente, sabe sempre aí deixar um Espírito superior, que o substitui.

Não vedes outros Espíritos?
- R. Perdão; o Espírito de Verdade, Santo Agostinho, Lamennais, Sonnet, São Paulo, Luís e outros amigos que evocais, estão sempre em vossas sessões. 

* * *

1864

in o Evangelho de João, cap. XIV, v. 15, 16, 17 e 26

CONSOLADOR PROMETIDO

Se me amais, guardai os meus mandamentos; e EU ROGAREI a meu Pai e ELE VÓS ENVIARÁ OUTRO CONSOLADOR, a fim de que FIQUE ETERNAMENTE CONVOSCO: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque  não o vê e absolutamente não o conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque FICARÁ CONVOSCO e estará em vós. Mas o Consolador, que é o Santo Espírito, QUE MEU PAI ENVIARÁ EM MEU NOME, vos ensinará todas as coisas e VOS FARÁ RECORDAR TUDO O QUE VOS TENHO DITO.

* * *

In O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. VI, item 4.

Jesus promete um outro consolador: O Espírito de Verdade, que o mundo não conhece ainda, porque não está maduro para compreendê-lo, que o Pai enviará para ensinar todas as coisas, e para fazer recordar aquilo que o Cristo disse. Se, pois, o Espírito de Verdade deve vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não disse tudo; se ele vem fazer recordar aquilo que o Cristo disse, é porque isso foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, no tempo marcado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade preside à sua instituição, chama os homens à observância da lei e ensina todas as coisas em fazendo compreender o que o Cristo não disse senão por parábolas.

* * *

in Revista Espíritadezembro de 1864

COMUNICAÇÃO ESPÍRITA.
A propósito de A Imitação do Evangelho.
(Bordeaux, maio de 1864; grupo de Saint-Jean. - Médium, Sr. Rui.)

Um novo livro acaba de aparecer; é uma luz mais brilhante que vem clarear o vosso caminho. dezoito séculos eu vim, por ordem de meu Pai (*), trazer a palavra de Deus aos homens de vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria, e a incredulidade, o materialismo, vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado sobre vossa Terra. Hoje, por ordem do Eterno, os bons Espíritos, seus mensageiros, vêm sobre todos os pontos do globo fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; são aquelas destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do Pai celeste. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todos as profecias serão cumpridas.

Pelos frutos se reconhece a árvore. Vede quais são os frutos do Espiritismo: casais, onde a discórdia havia substituído a harmonia, viu-se retornar à paz e à felicidade; os homens que sucumbiam sob o peso de suas aflições, despertados aos assentos melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam que caminhavam em falso caminho, e, ruborizados de suas fraquezas, arrependeram-se, e pediram ao Senhor a força de suportar suas provas.

Provas e expiações, eis a condição do homem sobre a Terra. Expiação do passado, provas para fortalecê-los contra a tentação, para desenvolver o Espírito pela atividade da luta, habituá-lo a dominar a matéria, e prepará-lo para os gozos puros que o esperam no mundo dos Espíritos.

várias moradas na casa de meu Pai, eu lhes disse dezoito séculos (*). Estas palavras, o Espiritismo veio fazer compreendê-las. E vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o ardor do dia, que credes ter a vos lamentar da injustiça da sorte, bendizei vossos sofrimentos; agradecei a Deus que vos os meios de quitar as dívidas do passado; orai, não dos lábios, mas do vosso coração melhorado, para vir tomar, na casa de meu Pai, a melhor morada; porque os grandes serão rebaixados; mas, vós o sabeis, os pequenos nos e os humildes serão elevados.

O ESPÍRITO DE VERDADE. 

(*) Nota de Allan Kardec - Sabe-se que tomamos tanto menos a responsabilidade dos nomes quanto pertençam a seres mais elevados. Nós não garantimos mais essa assinatura do que muitas outras, nos limitando a entregar esta comunicação à apreciação de todo Espírita esclarecido. Diremos, no entanto, que não se pode nela desconhecer a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem, a ausência de todo supérfluo. Se se a compara àquelas que estão reportadas em A Imitação do Evangelho (**) (prefácio, e cap. III: O Cristo consolador), e que levam a mesma assinatura, embora obtidas por médiuns diferentes e em diferentes épocas, nota-se entre elas uma analogia evidente de tom, de estilo e de pensamentos que acusa uma fonte única. Por nós, dizemos que ela pode ser de O Espírito de Verdade, porque ela é digna dele; ao passo que delas vimos massas assinadas com este nome venerado, ou o de Jesus, cuja prolixidade, verborragia, vulgaridade, às vezes mesmo a trivialidade das idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes. Somente uma fascinação completa pode explicar a cegueira daqueles que nisso se deixam prender, se não for também o orgulho de se crer infalível e o intérprete privilegiado dos puros Espíritos, orgulho sempre punido, cedo ou tarde, por decepções, mistificações ridículas e por infelicidades reais nesta vida. À vista desses nomes venerados, o primeiro sentimento do médium modesto é o da dúvida, porque não se crê digno de um tal favor.

(**) O Evangelho segundo o Espiritismo

* * *

1868

in A Gênese, capítulo I: 
Tradução e comentários de Carlos de Brito Imbassahy.
(tradução ao pé da letra do original da 3ª edição de 1868) (*)

42 – Si se considera, de outra forma, o poder moralizador do Espiritismo pela meta que ele assinala a todas as ações da vida, por conseqüências do bem e do mal que faz tocar seu dedo; a força moral, a coragem, as consolações que dá nas aflições por uma inalterável confiança no porvir, pela imaginação de ter perto de si os seres que tenha amado, a segurança de os rever, a possibilidade de se entreter com eles, enfim, pela certeza que, de tudo que se faça, de tudo que se adquira em inteligência, em ciência, em moralidade, até a última hora da vida, nada se perde, que tudo se aproveita ao adiantamento, reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo à atenção do Consolador anunciado. Ou, como é o Espírito Verdade que preside o grande movimento da regeneração, a promessa de sua vinda encontra-se de fato realizada, porque, pelo feito, é ele que é o verdadeiro Consolador . 

* * *

A Gênese, cap. XVII:  

Tradução e comentários de Carlos de Brito Imbassahy.
(tradução ao pé da letra do original da 3ª edição de 1868) (*)

ANÚNCIO DO CONSOLADOR

35. – Se vós me amais, guardai, guardai meus mandamentos; – e eu rezarei meu Pai, e Ele vos enviará um outro consolador a fim de que demore eternamente convosco: – O espírito Verdade, que este mundo não pode receber porque nunca o vê; mas por vós, vós o conheceis porque permanecerá convosco e estará em vós. – Mas o consolador que é o Espírito Santo, que meu Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e fareis recordar de tudo o que eu vos tenho dito. (São João, cap. XIV, v. 15 a 17 e 26 – Evangelho cf. o Espiritismo, cap. VI)

36. – Todavia, digo-vos a verdade: É-vos útil que eu me vá porque se eu nunca for, o Consolador não virá a vós; mas eu me vou e vo-lo enviarei, – e quando ele vier, convencerá o mundo no que toca ao pecado, no que toca à justiça e no que toca ao julgamento: – no tocante ao pecado, porque não acreditaram em mim; – tocante à justiça, porque eu me vou a meu Pai e que não me vereis mais; tocante ao julgamento, porque o príncipe deste mundo já está julgado.

Tenho ainda muitas coisas que dizer, mas vós não podeis portá-la presentemente. Quando este Espírito Verdade vier, ele vos ensinará toda verdade porque não falará dele mesmo, mas dirá tudo o que ele tiver entendido, e vos anunciará a coisa por vir.

Ele me glorificará porque receberá do que é meu e ele vos anunciará. (São João, cap. XVI, v. 7 a 14)

37. – Esta predição é, sem contradita, uma das mais importantes do ponto de vista religioso porque constata da maneira a menos equívoca que Jesus não disse tudo aquilo que tinha para dizer porque não seria, mesmo, compreendido por seus apóstolos, já que é a estes que se dirigia. Se lhes houvesse dado instruções secretas, eles a teriam feito menção nos Evangelhos (N. do trad. – Ou então os responsáveis pela elaboração do Novo Testamento suprimiram). Desde então, que não tenha dito tudo a seus apóstolos, seus sucessores não puderam saber mais do eu eles; teriam, pois podido se equivocar sobre o sentido de suas palavras, dar uma falsa interpretação a seus pensamentos, freqüentemente velados sob a forma parabólica. As religiões fundadas sobre o evangelho não podem, pois, se dizer em posse de toda a verdade, já que se reservou em completar ulteriormente suas instruções. Seu princípio de imutabilidade é um protesto contra as próprias palavras de Jesus.

Ele anuncia sob o nome de Consolador e de Espírito Verdade aquele que deva ensinar todas as coisas, e fazer relembrar o que ele disse; pois, seu ensinamento não estava completo; no mais, ele previa que se teria esquecido o que disse e que se o teria descaracterizado já que o Espírito Verdade devia fazer relembrar, e concorde com Elias, restabelecer todas as coisas, isto é, conforme o verdadeiro pensamento de Jesus.

38. – Quando este novo revelador deverá vir? É bem evidente que se, à época em que falava Jesus, os homens não estavam em estado de compreender as coisas que lhe restava dizer, não será em alguns anos que possam adquirir as luzes necessárias. Para entendimento de certas partes dos Evangelhos, à exceção dos preceitos morais, seria preciso conhecimentos que só o progresso das ciências poderia dar, e que deveriam ser a obra do temo e de várias gerações. Se, pois, o novo Messias viesse pouco tempo após Cristo teria encontrado o terreno todo também pouco propício e não teria feito mais do que ele. Ora, desde o Cristo até nossos dias não se produziu nenhuma grande revelação que tenha completado o Evangelho e que lhe tenha elucidado as partes obscuras, índice seguro de que o enviado não tinha ainda aparecido.

39. – Qual deva ser este enviado? Jesus dizendo: “Rogarei a meu pai e Ele vos enviará um outro Consolador” indica claramente que este não é ele próprio; do contrário, teria dito: “Voltarei para completar o que vos tenho ensinado”. Após, ele junta: A fim de que ele demore eternamente convosco e ele estará em vós”. Isto aqui não  seria possível entender de uma individualidade encarnada que não possa demorar eternamente conosco e ainda menos estar em nós, mas compreende-se muito bem de uma doutrina que, de fato, logo que se a tenha assimilado, possa estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, no pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora onde o inspirador deva ser o Espírito Verdade.

(...)

* * *

(*) Esta tradução de A GÊNESE pode ser encontrada neste endereço eletrônico:

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