TUDO SE LIGA, TUDO SERVE, TUDO É SOLIDÁRIO, TUDO SE ENCADEIA NA
NATUREZA...
Pesquisa feita nas obras
básicas do Espiritismo por Elio Mollo
Tudo então se liga, tudo se encadeia,
desde o alfa até o ômega. (1)
A ação dos
seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria,
quis que eles tivessem, nessa mesma ação, um meio de progredir e de se
aproximarem d'Ele. É assim que, por uma lei admirável da sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na
Natureza. (2)
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Dentre os
Espíritos que exercem ação nos fenômenos da Natureza, alguns operam com
conhecimento de causa usando do livre-arbítrio, outros não. Podemos estabelecer
uma comparação: consideremos essas miríades de animais que, pouco a pouco,
fazem emergir do mar ilhas e arquipélagos. Há aí um fim providencial, pois essa
transformação da superfície do globo é necessária à harmonia geral. Entretanto,
são animais de ínfima ordem que executam essas obras, provendo às suas
necessidades e sem suspeitarem de que são instrumentos de Deus. Do mesmo modo,
os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade ao conjunto, assim, enquanto
eles ensaiam para a vida, e antes de terem plena consciência de seus atos e de
seu livre arbítrio, agem sobre certos fenômenos de que são agentes sem o
saberem. Primeiro, executam; mais tarde, quando suas inteligências
já tiverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão e dirigirão as coisas
do mundo material. depois, poderão dirigir as do mundo moral. .
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Tudo se encadeia na Natureza; ao mesmo tempo que o Espírito
se depura pela encarnação, também concorre por essa forma para o cumprimento
dos desígnios da Providência. Cada um tem a sua missão neste mundo, porque cada
um pode ser útil em algum sentido. (4)
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Tudo se encadeia na Natureza, por liames que não podeis
ainda perceber, e as coisas aparentemente mais disparatadas têm pontos de
contato que o homem jamais chegará a compreender, no seu estado atual. (5)
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...tudo se encadeia na Natureza
e tende à unidade. É nesses seres, que estais longe de conhecer inteiramente, que o
princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, e ensaia para
a vida, como dissemos. É, de certa maneira, um trabalho preparatório, como o da
germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação
e se torna Espírito. É então que começa para ele o período de humanidade, e com
este a consciência do seu futuro, a distinção do bem e do mal e a
responsabilidade dos seus atos. Como depois do período da infância vem o da
adolescência, depois a juventude, e por fim a idade madura. (6)
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Tudo é transição em a Natureza, pelo próprio fato de que nada
é semelhante e, entretanto, tudo se
encadeia. (7)
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Tudo
passa, nesse sentido de que tudo caminha e segue o seu curso, mas não um curso
cego e sem objetivo, se bem que não deva jamais acabar.
O
movimento é a grande lei do Universo, na ordem moral como na ordem física, e o
objetivo do movimento é o progresso para o melhor; é um trabalho ativo,
incessante e universal; é o que chamamos o progresso. (...)
...tudo, na criação, está em movimento e
sempre em progresso; que a missão da
criatura inteligente é a de ativar esse movimento no sentido do progresso,
o que ela cumpre, frequentemente mesmo, sem o saber; que o papel da criatura
material é o de obedecer a esse movimento e o de manifestar o progresso da
criatura inteligente; que a criação, enfim, considerada em seu conjunto ou em
suas partes, cumpre incessantemente os objetivos de Deus. (...)
...tudo segue uma lei lenta e progressiva, não que Deus hesite ou tenha necessidade da lentidão,
mas porque as sua leis são tais e que são imutáveis. Aliás, o que chamamos
lentidão, nós, seres efêmeros, não o é para Deus para quem o tempo nada é.
(...)
A
Humanidade, considerada coletivamente é comparada ao indivíduo; ignorante na
infância, ela se esclarece à medida que avança em idade; o que se explica
naturalmente pelo próprio estado de imperfeição em que estão os Espíritos para
o adiantamento dos quais essa Humanidade foi feita; mas quanto ao Espírito
considerado individualmente, não é numa só existência que ele pode adquirir a
soma de progresso que está chamado a cumprir; é porque um maior ou menor número
de existências corpóreas lhe são necessárias, segundo o uso que fará de cada
uma delas. Mais ele terá trabalhado para o seu adiantamento em cada existência,
menos terá que sofrê-las. E como cada existência corpórea é uma prova, uma
expiação, um verdadeiro purgatório, tem interesse em progredir o mais
prontamente possível, para ter a sofrer menos provas, porque o Espírito não retrograda; cada progresso cumprido por ele é uma
conquista assegurada que nada poderia lhe tirar. Segundo este princípio,
hoje averiguado, é evidente que quanto mais ele caminhar depressa, mais cedo
chegará ao objetivo. (...) (8)
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Tudo isto entra
maravilhosamente nas nossas ideias de solidariedade universal. Tudo isto, em nos mostrando esta solidariedade estabelecida de todos os
tempos e funcionando constantemente entre o mundo invisível e nós, nos
prova, certamente, que não é uma utopia de concepção humana, mas bem uma das
leis da Natureza; que os primeiros pensadores que a pregaram não a inventaram,
mas somente a descobriram; e que, enfim, estando nas leis da Natureza, ela está
chamada fatalmente a se desenvolver nas sociedades humanas, apesar das
resistências e dos obstáculos que poderão ainda lhe opor os seus cegos
adversários. (9)
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...em
todas as coisas os Espíritos não vêm para nos livrar do trabalho das pesquisas,
porque o homem deve fazer uso de suas faculdades; ajudam-no, dirigem-no, e já é
muito, mas não lhe dão a ciência toda feita. Quando uma vez está sobre o
caminho da verdade, é então que vêm revelá-la decididamente para fazer calar as
incertezas e aniquilar os falsos sistemas; mas à espera disto, seu espírito
está preparado para melhor compreender e aceitá-la, e quando ela se mostra, não
o surpreende; ela já estava no fundo de seu pensamento.
...a
marcha que seguiu o Espiritismo; veio surpreender os homens de improviso? Não,
certamente. Sem falar dos fatos que se produziram em todas as épocas, porque
ele está na Natureza, como a eletricidade, do ponto de vista do princípio, há
um século tinha preparado
seu aparecimento; Swedenborg,
Saint-Martin, os teósofos,
Charles Fourier, Jean Reynaud e tantos outros, sem esquecer Mesmer, que
deu a conhecer a força fluídica, de Puységur, que primeiro observou o
sonambulismo: todos levantaram um canto do véu da vida espiritual; todos
giraram em torno da verdadeira luz e dela se aproximaram mais ou menos; todos prepararam os caminhos e dispuseram
os espíritos, de sorte que o Espiritismo, por assim dizer, não teve senão que
completar o que fora esboçado; eis porque conquistou quase instantaneamente
tão numerosas simpatias. Não falamos de outras causas múltiplas que lhe vieram
em ajuda, provando que certas ideias não estavam mais ao nível do progresso
humano, e fizeram quase pressentir o advento de uma nova ordem de coisas,
porque a Humanidade não pode permanecer
estacionaria. Ocorreu o mesmo com todas as grandes ideias que mudaram a
face do mundo; nenhuma veio ofuscar como um relâmpago. Sócrates e Platão, cinco
séculos antes de Cristo, não tinham lançado a semente das ideias cristãs?
(...)
Tudo se liga, tudo se encadeia,
tudo se harmoniza na natureza;... (10)
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...tudo se encadeia no mundo; da matéria bruta saíram os
seres orgânicos cada vez mais aperfeiçoados... (11)
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...tudo se liga, tudo se
encadeia no Universo; tudo é submisso à grande e harmoniosa lei de unidade, desde a materialidade, a mais
compacta, até a espiritualidade, a mais pura. (...)
O poder
divino explode em todas as partes deste conjunto grandioso, e quer-se-ia que,
para melhor atestar seu poder, Deus, não contente disso que fez, viesse turbar
esta harmonia! (...)
...tudo é
milagre na natureza, porque tudo é admirável e testemunho da sabedoria divina!
Estes milagres são para todo mundo; para todos os que tenham olhos para ver e
ouvidos para escutar, e não ao proveito de alguns. Não! Nunca há milagres no
sentido que se toma desta palavra, porque tudo evidencia leis eternas da
criação. (12)
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...tudo submetido a uma série
de leis, eternas como a que os criou, uma vez que não poderia remontar á
sua origem, não há um fenômeno que não esteja submetido a uma lei de
periodicidade, ou de série, que lhe provoca o retorno em certas épocas, nas
mesmas condições, ou em seguindo,
como intensidade, uma lei de progressão
geométrica, crescente ou decrescente, mas contínua. Nenhum cataclismo pode
nascer espontaneamente, ou, se seus efeitos parecem tais as causas que o
provocam... (13)
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Não
olvideis jamais que o Espírito, qualquer
que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou na
erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e
um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir. Sede portanto
caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que
friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas.
(...) Sede afáveis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores;
sede-o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido à
lei de Deus. (14)
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Tudo
trabalha na Natureza. (15)
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Tudo se
deve fazer para chegar à perfeição. O próprio homem é um instrumento de que
Deus se serve para atingir os seus fins. Sendo a perfeição o alvo para que
tende a Natureza, favorecer a sua conquista é corresponder àqueles fins. (16)
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Tudo o que
entrava a marcha da Natureza é contrário à lei geral. (17)
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Tudo na
Natureza, desde o grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria
e a bondade de Deus. (18)
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SUBLIME MELODIA
Elio Mollo
20/fev/2007
O espiritual e o material
interagem
formando o grande astral
segundo a lei da afinidade
onde o Amor é celebridade.
Só se firma a sociedade
com a solidariedade
Isto sim, produz
A verdadeira liberdade.
Dessa forma o Amor
ordena toda a Humanidade.
No Universo tudo se concatena
do mais simples ao mais
complexo
do inculto ao mais sábio
do elementar até o arcanjo.
Seguindo todos numa evolução.
Cada ser em seu apogeu
não sofre substituição
mas é sempre sucedido
numa boa disposição
Cada ente tem sua nota
do, ré, mi, fá, sol, lá ou si
que o Amor ordena
numa oitava abaixo
ou em uma oitava acima
formando um acorde magistral
numa sequência fundamental
fazendo soar
a sublime melodia universal.
* * *
NOTAS:
(1) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos,
Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, Preenchendo os Vazios do Espaço.
(2) Ver
Allan Kardec, in nota à resposta da questão 132 de O Livro dos Espíritos.
(3) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, cap. IX, Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo,
Ação dos Espíritos sobre os Fenômenos da Natureza, item 540.
(4) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, cap. X, Ocupações e Missões dos Espíritos, item
573.
(5) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, cap. XI, Os Animais e o Homem, item 604.
(6) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, cap. XI, Os Animais e o Homem, item 607a.
(7) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, junho de 1859, Palestras Familiares de Além-Túmulo, Alexandre de Humboldt (Espírito),
item 33.
(8) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, janeiro de 1861, Carta sobre a incredulidade, 1.ª parte.
(9) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, fevereiro de 1861, Carta sobre a incredulidade, 2.ª parte.
(10) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, setembro de 1865, Alucinação nos Animais.
(11) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, julho 1868, A Geração Espontânea e a Gênese.
(12) Ver
Allan Kardec, A Gênese, cap. XIV, Os
Fluidos, Natureza e Propriedade dos Fluidos.
(13) Ver
Allan Kardec, Revista Espírita, outubro de 1868, Instruções dos Espíritos, Influência dos Planetas Sobre as Perturbações
do Globo Terrestre.
(14) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro terceiro, cap. XI, Lei de Justiça, Amor e Caridade, Caridade e
Amor do Próximo, item 888a, São Vicente de Paulo (Espírito).
(15) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro terceiro, cap. IV, Lei do Trabalho, Necessidade do Trabalho, item
677.
(16) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro terceiro, cap. IV, Lei de Reprodução, Sucessão e
Aperfeiçoamento das Raças, item 692.
(17) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro terceiro, cap. IV, Lei de Reprodução, Obstáculos à Reprodução, item 693.
(18) Ver
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro quarto, cap. II, Penas e Gozos Futuros, Natureza das penas e
dos gozos futuros, item 969.
* * *
Querido amigo Elio,
ResponderExcluirQue beleza de compêndio. Você juntou várias idéias e fez uma súmula sobre este tema tão interessante.
Como você demonstrou(vide A.Kardec)"Tudo se liga, tudo se encadeia, tudo se harmoniza na natureza;... "
Agradeço a você pela oportunidade de ler esta sua pesquisa sobre um tema super importante.
Abraço fraterno,
Beki