JOSÉ HERCULANO PIRES
1914 - 1979
(Pequena biografia)
por Elio Mollo
Na antiga Província de Avaré, Zona Sorocabana, SP no dia 25 de setembro de 1914, chegava ao mundo, José Herculano Pires.
Seus pais terrenos foram o farmacêutico José Pires Correa e a pianista Bonina Amaral Simonetti Pires.
Seus primeiros estudos aconteceram em Avaré, Itai e Cerqueira César.
Herculano, desde que começou a escrever já demonstrou, ou melhor, revelou a sua vocação literária, pois aos nove anos de idade fez o seu primeiro soneto, era um decassílabo sobre o Largo São João, da cidade onde nasceu, Avaré. Aos 16 anos publicou o primeiro livro de contos de sua autoria, «SONHOS AZUIS», e com 18 anos o segundo, de poemas e sonetos «CORAÇÃO».
Nessa época, já possuía seis cadernos de poemas na gaveta e, também, colaborava com jornais e revistas na Província de São Paulo e Rio de Janeiro.
A Revista Artística do Interior, certa feita, promoveu dois concursos literários, um de poemas, pela sede da UAI em Cerqueira César, e outro de contos, pela Seção de Sorocaba, Herculano teve vários contos publicados com ilustrações nessa revista.
Colaborou na seção literária de «A RAZÃO», em São Paulo, onde publicava um poema de sua auto-ria todos os domingos.
Em 1928 mudou o jornal político de seu pai para semanário literário e órgão da (UAI) União Artística do Interior. Em 1940, com 26 anos de idade foi residir em Marília, onde adquiriu o jornal «DIÁRIO PAULISTA» administrando-o por seis anos. Junto com outros colegas, promoveu, através do jornal, um movimento literário nesta cidade.
Publicou «ESTRADAS E RUAS», poemas que recebeu elogios de Érico Veríssimo e Sérgio Milet.
Veio para a capital paulista em 1946 onde lançou o seu primeiro romance «O CAMINHO DO MEIO» que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Wilson Martins e Geraldo Vieira.
No «Diários Associados» situado à Rua 7 de Abril, SP, exerceu a função de repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário durante 30 anos. E num dos jornais que pertencia a este empresa durante muitos anos manteve uma coluna de crônicas espíritas, na qual abordava temas de interesse a dou-trina codificada por Allan Kardec. Assinava-as com o pseudônimo de Irmão Saulo.
Foi autor de 80 livros que abordam diversos temas, assim como: Filosofia, Ensaios, História, Psico-logia, Parapsicologia e espiritismo. Dentre eles citaremos alguns: «A BUSCA DA SERENIDADE», «ARIGÓ, UM CASO DE FENOMENOLOGIA PARANORMAL», «UM DEUS VIGIA O PLANALTO», «BARRABÁS, O ENJEITADO», «ESPIGÃO», «CURSO DINÂMICO DE ESPIRITISMO», «O CENTRO ESPÍRITA», «CIÊNCIA ESPÍRITA E SUAS IMPLICAÇÕES TERAPEUTICAS», etc, alguns em parceria com Francisco Cândido Xavier. Sendo graduado pela USP em Filosofia, publicou uma obra sobre uma tese existencial: «O SER E A SERENIDADE».
Foi um dos autores mais críticos dentro da Doutrina Espírita. Altamente racional e de caráter forte, combateu energicamente os desvios e mistificações no Espiritismo.
Escrevia dia e noite, dizia sofrer de grafomania. Não possuía vocação acadêmica e não seguia escolas literárias. Sua meta era comunicar o que achava útil, e da forma mais clara possível.
Diz Herculano, no livro «O CENTRO ESPÍRITA» que: “Os espíritas atuais, na sua maioria, tanto no Brasil como no mundo, não compreenderam ainda que estão num ponto intermediário da filogênese da divindade. Superando os reinos inferiores da Natureza, segundo o esquema poético de Leon Denis, na seqüência divinamente fatal de Kardec: mineral, vegetal, animal e homem, temos o ponto neutro de gravidade entre duas esferas celestes, e esse ponto é o que chamamos ESPÍRITA. As visões fragmentárias da Realidade se fundem dialeticamente na concepção monista preparada pelo monoideísmo. Liberto, no ponto neutro, da poderosa reação da Terra, o espírita está em condições de se elevar ao plano angélico. Mas estar em condições é uma coisa, e dar esse passo para a divindade é outra coisa. Isso depende do grau de sua compreensão doutrinária e da sua vontade real e profunda, que afeta toda a sua estrutura individual. (...)"
Trabalhador incansável, lutou bravamente pela pureza doutrinária do Espiritismo até o dia 9 de março 1979 em São Paulo, quando o Pai Criador o chamou de volta a Pátria Espiritual para novas tarefas importantes em algum lugar do Universo.
Fonte:
Ficha de identificação literária e Introdução, no livro «O CENTRO ESPÍRITA».
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