quinta-feira, 24 de maio de 2012

DESGOSTO PELA VIDA. SUICÍDIO (Roteiro para Estudo)


DESGOSTO PELA VIDA. SUICÍDIO
(Roteiro para Estudo)
Este roteiro foi feito com base
in Estudo 167/168 de 193
Livro Quarto, Esperanças e Consolações, cap. I, Penas e Gozos Terrenos, subcap. IV, questões de 943 à 957 de O Livro dos Espíritos.
Obra codificada por Allan Kardec
do Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo (CVDEE)

ROTEIRO

a) O desgosto pela vida que atinge alguns indivíduos sem-motivos plausíveis, geralmente, é causada pelo efeito da ociosidade, da falta de fé e também pelos costumes da sociedade.

b) O homem não tem direito de dispor da sua vida, porque ela lhe foi concedida visando aos deveres que tem que cumprir na Terra como encarnado, por isso não deve abrevia-la voluntariamente sob pretexto algum. Visto possuir o livre arbítrio, poderá praticar o suicídio, mas terá sempre que arcar com as consequências penosas que esse ato geralmente acarreta, porque esse ato é considerado uma transgressão a lei natural ou de Deus.

c) Fugir as misérias e decepções do mundo significa falta de coragem. As tribulações da vida podem ser provas ou expiações ou as duas juntas. Um Espírito que sucumbiu muitas vezes à uma provação, esta será renovada a cada existência até quando for preciso. Assim, podemos dizer, que não existe proveito no sofrimento enquanto não atingirmos o objetivo ou enquanto deixarmos de atingir a finalidade da encarnação em que nos encontramos, sendo preciso recomeçá-la até que saiamos vitoriosos dessa campanha.

d) Aqueles (encarnados ou desencarnados) que induzirem alguém ao suicídio responderão por assassinato. Levar alguém a praticar o suicídio e subtrair-lhe às provações da vida.

e) Mesmo que o suicídio tenha por finalidade escapar de alguma vergonha ou de uma má ação, ainda assim, é um ato de covardia, de lutar para melhorar ou procurar reverter a situação.

f) O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais.

g) A justiça Divina preside a distribuição as expiações da vida segundo o grau de responsabilidade e a capacidade evolutiva de cada um.

h) Comete suicídio moral o homem que perece vítima de paixões que sabia lhe haviam de apressar o fim e que já não podia resistir. É, nesse caso, duplamente culpado, pois há nele falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus e de fazer o bem. Nesse caso, será muito mais responsabilizado do que aquele que tira a si mesmo a vida por desespero, pois este teve tempo de refletir sobre as suas ações.

i) É sempre um erro, uma falha, aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência, ainda que a morte fosse inevitável e que tenha abreviado a vida apenas por alguns instantes. 

j) Quando não há intenção ou a consciência perfeita da prática do mal, como no caso de uma imprudência que pode comprometer a vida, neste caso não houve a intenção de se tirar a vida, também, não pode ser considerado um suicídio.

k) Não se pode considerar suicídio a abnegação daquele que se expõe à morte para salvar o seu semelhante: primeiro, porque no caso não há intenção de se privar da vida, e, segundo, porque não há perigo do qual a Providência nos não possa subtrair, quando a hora não seja chegada. A morte em tais contingências é sacrifício meritório, como ato de abnegação em proveito de outrem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens n os 5, 6, 18 e 19.)

l) Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre responsabilizado naquilo em que praticou. Os sofrimentos consequentes, salvo os das provas naturais, são então uma advertência de que não praticou o bem.

m) Os que se matam obedecendo a um costume preconceituoso de um povo é levado mais pela força da tradição, do que pela vontade própria, julgam cumprir um dever, o que descaracteriza o suicídio. Por exemplo: As mulheres que em certos países se queimam voluntariamente sobre os corpos de seus maridos obedecendo a um costume geral. Esses atos pela falta de moral e da ignorância daqueles que o praticam, não devem ser caracterizados por suicídio. A evolução das civilizações fará desaparecer naturalmente esses costumes.

n) Aqueles que se matam na esperança de ir juntar-se às pessoas que lhes eram queridas e não se conformam com a perda delas, cometendo o suicídio, ao invés de se aproximarem e reunirem-se a elas se afastarão por mais tempo. Um ato de covardia não pode agradar a Deus, por isso, as compensações e as satisfações que esperavam não aconteceu, ao contrário, surgiram-lhe à frente maiores aflições.

o) As consequências do suicídio para o espírito são diversas, não havendo penas determinadas.  Há, porém, uma a que o suicida não pode escapar: o desapontamento.  Mas as consequências depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta de imediato; outros, em nova existência, que será mais dificultosa do que aquela cujo curso interromperam.

p) O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem portanto a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer:
Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei".

PERGUNTAS FREQUENTES:

1 - O que podemos entender por suicídio?
A definição mais simples de suicídio seria: tirar a própria vida. É um ato de extrema mutilação e destruição. As causas do suicídio podem ser materiais, morais ou mesmo espirituais, mas nenhuma delas justifica a morte. Sabemos que temos provas a cumprir e o suicídio não as abrevia ao contrario, soma-se a elas para um resgate futuro, muitas vezes em piores condições.

2 - Existem atenuantes para esse ato?
Somente aqueles que não estão de posse total de suas faculdades mentais, tem alguma atenuante.

3 - Todos nós somos um pouco suicidas, pois abreviamos nossa vida terrena de alguma forma. Comente essa afirmativa.
Suicidamo-nos quando fazemos uso abusivo de cigarros, de bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de vício e mesmo quando nos deixamos levar pela gula, pela raiva e pelo ódio. Quando de alguma maneira desequilibramos nosso organismo através de um mau comportamento, contraímos doenças e muitas vezes morremos antes do tempo que estávamos programados.

4 - Qual a circunstância que caracteriza o suicídio moral e por que ele também se constitui numa infração à lei natural?
O suicídio moral é aquele que resulta de paixões que levam o espírito encarnado à prática de atos que sabe lhe irão abreviar a duração da vida de seu corpo físico. É também chamado "suicídio indireto".

5 - Podemos considerar suicídio a prática de atos que sabidamente podem abreviar a existência física, tais como o hábito do fumo, o consumo excessivo de alcoólicos e o uso de drogas?
Sem dúvida o hábito do fumo, o consumo desregrado de alimentos e alcoólicos e o uso de drogas são exemplos clássicos do suicídio indireto. O espírito pode até não desejar o resultado, mas, tendo conhecimento das consequências, assume o risco de produzi-las, levado pela paixão que se transforma em vício.

6 - E a eutanásia, cuja prática vem sendo legalizada em alguns países, pode ser encarada como suicídio?
Se realizada com a aquiescência do espírito desencarnante, para este, sem dúvida que sim.  Afronta as leis divinas aquele que não aguarda o termo marcado para a existência física. É uma demonstração de falta de resignação e submissão à vontade de Deus, esta manifestada por suas leis sábias, eternas e soberanas. O terceiro que contribui para esse ato, ainda que para as leis humanas possa não sê-lo, perante a Lei Maior é comparado ao mais comum dos homicidas.

7 - Como podemos resumir a visão do Espiritismo a cerca do suicídio?
Conforme os Espíritos responderam a Allan Kardec, todo e qualquer ato que vise abreviar a permanência do espírito no corpo carnal é um atentado às leis naturais. No caso de atingir a sua própria existência física, é considerado suicídio. A graduação da falta, no entanto, varia de conformidade com a intenção, com a consciência que o suicida tinha da prática do mal e com o seu nível de conhecimento a respeito das leis naturais ou divinas. O Espiritismo não discrimina nem condena o suicida, na verdade, o Espiritismo leva o adepto a ver as coisas deste mundo por um ponto de vista mais elevado, conscientizando-o que não existem penas eternas e que o tempo do sofrimento depende do arrependimento e da vontade de reparação das más ações daqueles que infligiram as leis naturais. A Doutrina Espírita mostra as consequências do suicídio, que são sempre sofridas e que aquele que o pratica jamais atinge o fim almejado, que é morrer. Demonstra também, que a misericórdia divina está sempre presente, a proporcionar novas oportunidades de reajuste à Lei. Por essas razões, podemos afirmar que o conhecimento do Espiritismo é um antídoto infalível contra essa prática.

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(atualizado em 09 de novembro de 2012)

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