O FLUIDO UNIVERSAL, O PERISPÍRITO
E AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS
E AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS
Estudo com base in O
Livro dos Médiuns,
2ª. parte, Das Manifestações
Físicas, Cap. I e seguintes.
Outras obras indicadas nas
notas numeradas no texto.
Obra codificada por Allan
Kardec.
Pesquisa: Elio Mollo
31/03/2014
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. O
espírito (alma) é o princípio inteligente do Universo. Há, dois elementos
gerais do Universo; a matéria e o espírito, e acima de ambos Deus, o Criador, o
pai de todas as coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe,
a trindade universal. Mas, ao elemento material é necessário ajuntar o fluido
universal, que exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria
propriamente dita, demasiado grosseira para que o espírito possa exercer alguma
ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considerá-lo como
elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se fosse
simplesmente matéria, não haveria razão para que o espírito não o fosse também.
Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é
matéria; susceptível, em suas inumeráveis combinações com esta, e sob a ação do
espírito, de produzir infinita variedade de coisas, das quais não conheceis
mais do que uma ínfima parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elemento,
sendo o agente de que o espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria
permaneceria em perpétuo estado de dispersão e não adquiriria jamais as
propriedades que a gravidade lhe dá. (1)
O fluido universal não é uma emanação da Divindade. Tudo foi criado,
exceto Deus.
O fluido universal é o princípio elementar de todas as coisas. É o
elemento do fluido elétrico, cujos efeitos é conhecido. Para encontrá-lo na
simplicidade absoluta seria preciso remontar aos Espíritos puros. No nosso
mundo, planeta Terra, ele está sempre mais ou menos modificado, para formar a
matéria compacta que nos rodeia. Podemos dizer que ele mais se aproxima dessa
simplicidade no que conhecemos como fluido magnético animal (2).
Afirmou-se que o fluido universal é a fonte da vida, contudo, esse
fluido só anima a matéria. (3)
O fluido universal é susceptível de inumeráveis combinações. O que
chamamos fluido elétrico, fluido magnético são modificações do fluido
universal, que é, propriamente falando, uma matéria mais perfeita, mais sutil,
que pode ser considerada como independente. (4)
O espírito propriamente dito é envolvido por uma substância, vaporosa
para os homens, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a do corpo, mas
ainda bastante grosseira para os Espíritos, entretanto, suficiente para que
eles possam elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiserem,
inclusive, suficiente para que eles possam comunicar-se e agir sobre a matéria,
e vice-versa. Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o
Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório chamado de perispírito. (5)
Sendo o fluido universal que forma o perispírito, ele não possui todas
as propriedades da matéria e a sua condensação é maior ou menor, segundo a
natureza dos mundos. (3)
O perispírito desempenha papel muito importante em todos os fenômenos
espíritas, nas aparições vaporosas ou tangíveis, no estado do Espírito no
momento da morte. (6)
O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo; é tomado
do meio ambiente, do fluido universal; contém ao mesmo tempo eletricidade,
fluido magnético, e até um certo ponto, a própria matéria inerte. Poderíamos
dizer que é a quintessência da matéria. E o princípio da vida orgânica, mas não
o da vida intelectual, porque esta pertence ao Espírito. E também o agente das
sensações externas. (6)
A alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado
Espírito (7), ou seja, coletivamente, são os seres inteligentes da Criação.
Eles povoam o Universo, além do mundo material (8).
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem,
assim, o homem é formado de três partes essenciais:
1°. a alma ou espírito elementar (9), princípio inteligente que abriga o
pensamento, a vontade e o senso moral;
2°. o corpo, envoltório material que coloca o Espírito em relação com o
mundo exterior;
3°. o perispírito, envoltório fluídico, leve, imponderável, servindo de
liame e de intermediário entre o Espírito e o corpo. (10)
Durante a vida o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório
material ou perispírito. (11) Quando o envoltório exterior (corpo físico do
homem) está gasto e não pode mais funcionar, ele sucumbe e o Espírito dele se
despoja, como o fruto se despoja de sua casca, a árvore de sua casca, a
serpente de sua pele, em uma palavra, como se tira uma veste velha e imprestável:
é o que se chama de morte. A morte é apenas a destruição do corpo, e não desse
envoltório, que se separa do corpo quando cessa a vida orgânica, como a
borboleta deixa sua crisálida; contudo, ela conserva seu corpo fluídico ou
perispírito.
A alma conserva a sua individualidade após a morte e não a perde jamais.
A alma constata a sua individualidade, pois tem um fluido que lhe é próprio,
que o extrai da atmosfera do seu planeta e que representa a aparência da sua
última encarnação: o seu perispírito.
(12)
Os Espíritos, seres que povoam o Universo além do mundo material não
são, pois, seres abstratos, vagos e indefinidos, mas seres concretos e
circunscritos, aos quais não falta senão serem visíveis para assemelharem-se
aos humanos, de onde se segue que, se em dado momento, o véu que os oculta
pudesse ser levantado, eles formariam para nós toda uma população circundante.
(13)
Os Espíritos têm todas as percepções que tinham sobre a Terra, mas em um
mais alto grau, porque suas faculdades não estão mais amortecidas pela matéria;
eles têm sensações que nos são desconhecidas, veem e ouvem coisas que nossos
sentidos limitados não nos permitem nem ver, nem ouvir. Para eles não há
obscuridade, salvo para aqueles cuja punição é de estarem temporariamente nas trevas.
Todos os nossos pensamentos repercutem neles, que os leem como em um livro
aberto; de sorte que aquilo que podemos ocultar a qualquer outra pessoa, não o
podemos mais desde que ele é Espírito. (14)
O perispírito, portanto, faz parte integrante do espírito, como o corpo
faz parte integrante do homem. Mas o perispírito sozinho não é o homem, pois o
perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o Homem: o
agente ou instrumento de sua atividade. (15)
A natureza íntima do espírito propriamente dito, ou seja, do ser
pensante, é para nós inteiramente desconhecida. Ele se revela a nós pelos seus
atos, e esses atos só podem tocar os nossos sentidos por um intermediário
material. O Espírito precisa, pois, de matéria, para agir sobre a matéria. Seu
instrumento direto é o perispírito, como o do homem é o corpo. (16)
O perispírito pode variar de aparência, modificar-se ao infinito,
contudo, a alma é a inteligência e sua natureza não muda. (17)
O mundo visível vivendo no meio do mundo invisível, com o qual está em
contato perpétuo, disso resulta que eles reagem incessantemente um sobre o
outro; que desde que há homens, há Espíritos, e que se estes últimos têm o
poder de se manifestar, devem tê-lo feito em todas as épocas e entre todos os povos.
Entretanto, nestes últimos tempos, as manifestações dos Espíritos tomaram
grande desenvolvimento e adquiriram um maior caráter de autenticidade, porque
estava nos objetivos da Providência colocar termo ao flagelo da incredulidade e
do materialismo mediante provas evidentes, permitindo àqueles que deixaram a
Terra virem atestar sua existência e nos revelar sua situação feliz ou infeliz,
assim, os Espíritos podem se manifestar para os homens de muitas maneiras
diferentes: pela visão, pela audição, pelo tato, pelos ruídos, o movimento dos
corpos, a escrita, o desenho, a música, etc. (18)
Para progredir, a alma necessita sempre de um instrumento, sem o qual
ela não seria nada para nós, ou melhor, não a poderíamos conceber. O
perispírito para os Espíritos errantes é o instrumento pelo qual eles podem se
comunicar com os homens, seja indiretamente, por meio do corpo físico ou do
perispírito, seja diretamente com a alma. Vem daí a infinita variedade de
médiuns e de comunicações. (19)
A manifestação é o ato pelo qual um Espírito revela sua presença e elas
podem ser:
Ocultas – quando não têm nada de
ostensivo e o Espírito se limita a agir sobre o pensamento;
Patentes – quando são apreciáveis pelos
sentidos;
Físicas – quando se traduzem por
fenômenos materiais, tais como ruídos, movimento e deslocamento de objetos;
Inteligentes – quando revelam um pensamento;
Espontâneas – quando são independentes da
vontade e ocorrem sem que nenhum Espírito seja chamado;
Provocadas – quando são efeito da vontade,
do desejo ou de uma evocação determinada;
Aparentes – quando o Espírito se faz
visível à vista. (20)
NOTAS:
(1) Allan Kardec, O
Livro dos Espíritos, Livro primeiro, questões 1, 23 e 27.
(2) Magnetismo animal (do gr. e do
lat. magnes, ímã) – assim chamado por analogia com o magnetismo mineral. Tendo
a experiência demonstrado que esta analogia não existe, ou é apenas aparente,
esta denominação deixa de ser exata. Todavia, como está consagrada por um uso
universal, e como, além disso, o epíteto que se lhe acrescenta não permite
equívoco, haveria mais inconveniência do que utilidade em mudar este nome.
Algumas pessoas substituem-na pela palavra mesmerismo;
entretanto esta expressão até agora não prevaleceu.
O magnetismo animal pode ser assim
definido: ação recíproca de dois seres vivos por intermédio de um agente
especial chamado fluido magnético.
(Ver Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.)
(3) Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Segunda parte,
Cap. IV, Teoria das Manifestações Físicas, item 74, respostas do Espírito (São)
Luís.
(4) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro primeiro, questão 27a.
(5) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questões 93, 135 e 135a.
(6) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, item 257.
(7) _____
_____, O Que é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 14.
(8) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, item 76.
(9) Espírito elementar: Espírito
considerado em si mesmo e feita abstração de seu perispírito ou invólucro
material. (Ver Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações
Espíritas, Vocabulário Espírita.)
(10) Allan
Kardec, O Que é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, itens 14 e 10.
(11) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questão 155a e a nota e O Que
é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, itens do 10 ao 17.
(12) _____
_____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questões 150 e 150ª
(13) _____
_____, O Que é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 16.
(14) _____
_____, O Que é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 17 e O Livro dos Espíritos,
Livro segundo, item 257.
(15) _____
_____, O Livro dos Médiuns, Segunda parte, Cap. I, Das Manifestações Físicas, item 55.
(16) _____ _____, O
Livro dos Médiuns, Segunda parte, Cap. I, Das Manifestações Físicas, item 58.
(17) _____ _____, O Livro
dos Médiuns, Primeira parte, Cap. I, Sistemas, item 51, instrução do Espírito Lammenais..
(18) _____ _____, O Que
é o Espiritismo, Noções
Elementares de Espiritismo, Comunicações com o Mundo Invisível, itens 24 e
26.
(19) _____ _____, O
Livro dos Médiuns, Primeira parte, Cap. I, Sistemas, item 51, instrução do Espírito Lammenais..
(20) _____ _____, Instruções
Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.
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