sábado, 4 de agosto de 2012

CONHECIMENTO DA LEI NATURAL


CONHECIMENTO DA LEI NATURAL
Estudo com base in O Livro dos Espíritos, Livro 3, cap. I, questões de 619 à 628.
Obra codificada por Allan Kardec.
Pesquisa: Elio Mollo


Deus proporcionou a todos os homens os meios de conhecerem a sua lei. Aliás, todos podem conhecê-la; mas nem todos a compreendem; os que melhor a compreendem são os homens de bem E OS QUE DESEJAM PESQUISÁ-LA. Não obstante, todos um dia a compreenderão, porque é necessário que o progresso se realize. (LE, 619) (*).

A justiça da multiplicidade de encarnações do homem decorre deste princípio, pois a cada nova existência sua inteligência se torna mais desenvolvida e ele compreende melhor o que é o bem e o que é o mal. Se tudo tivesse de se realizar numa só existência, qual seria a sorte de tantos milhões de seres que morrem diariamente no embrutecimento da selvageria ou nas trevas da ignorância, sem que deles dependa o próprio esclarecimento? (Nota A. Kardec) 

O dogma da reencarnação se funda sobre a justiça de Deus e a revelação, pois um bom pai deixa sempre aos filhos uma porta aberta ao arrependimento. A razão nos diz que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna aqueles cujo melhoramento não dependeu deles mesmos. Todos os homens são filhos de Deus. Somente entre os homens egoístas é que se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem perdão. (LE 171 e 222)

A alma, antes de sua união com o corpo, compreende a lei de Deus, que está escrita na sua consciência, segundo o grau de perfeição a que tenha chegado e conserva a sua lembrança intuitiva após a união com o corpo; mas os maus instintos do homem freqüentemente fazem que ela a esqueça, ou seja, pelo esquecimento do passado o Espírito encarnado se mostra tal qual ele é. A cada nova existência o Espírito tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem e o mal. Quando o Espírito entra na sua vida de origem (o mundo espírita), toda a sua vida passada se desenrola diante dele; vê as faltas cometidas e que são causa do seu sofrimento, bem como aquilo que poderia tê-lo impedido de cometê-las; compreende a justiça da posição que lhe é dada e procura então a existência necessária para reparar a que acaba de escoar-se. Procura provas semelhantes àquelas por que passou, ou as lutas que acredita apropriadas ao seu adiantamento. Contudo, o Espírito encarnado, se não tem, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que foi, e do que fez de bem ou de mal em suas existências anteriores, tem, entretanto, a sua intuição. Suas tendências instintivas são uma reminiscência do seu passado, às quais a sua consciência, que representa o desejo por ele concebido de não mais cometer as mesmas faltas. A consciência que é onde está escrita a lei de Deus, o adverte que deve resistir para não cometer as mesmas faltas do passado. Isto se dá segundo o grau de perfeição a que tenha chegado e conforme a sua capacidade de conservar a lembrança intuitiva. Mas, se de alguma maneira ele esquece ou despreze essa lei, sempre há alguma revelação que o leva a lembrá-la, ou melhor, em todos os tempos houveram homens que receberam essa missão. São Espíritos superiores, encarnados com o fim de fazer a Humanidade progredir. (LE, 392 620, 621, 621ª e 622) 

Se alguns dos que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas vezes os desviavam para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que era apenas leis humanas, instituídas para servir às paixões e dominar os homens. Contudo, o verdadeiro profeta, pode ser reconhecido por suas palavras e por suas ações. Deus não se serve da boca da mentiroso para ensinar a verdade. (LE 623, 624 mais trecho de uma nota de Kardec em relação a q. 625).

Assim, se homem não consegue ou despreza ouvir a sua consciência, Deus sempre oferece missões à espíritos superiores que quando, por exceção, se encarnam na Terra, é para cumprir uma missão de progresso, e então nos oferecem o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo. Jesus é o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do Espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra. (LE, 111, 625 mais trecho de uma nota de A. Kardec em relação a este item.)

As leis divinas e naturais estão escritas por toda parte. Todos os homens que meditaram sobre a sabedoria puderam compreendê-las e ensiná-las desde os séculos mais distantes. Por seus ensinamentos, mesmo incompletos, eles prepararam o terreno para receber a semente. Estando as leis divinas escritas no livro da Natureza, O HOMEM PÔDE CONHECÊ-LAS SEMPRE QUE DESEJOU PROCURÁ-LAS. Eis porque os seus princípios foram proclamados em todos os tempos pelos homens de bem, e também porque encontramos os seus elementos na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie, mas incompletos ou alterados pela ignorância e a superstição. (LE 626)

O ensino de Jesus era freqüentemente alegórico e em forma de parábolas, porque ele falava de acordo com a época e os lugares. Faz-se hoje necessário que a verdade seja inteligível para todos. É preciso, pois, explicar e desenvolver essas leis, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam. Sua missão foi a de despertar os olhos e os ouvidos, para confundir os orgulhosos e desmascarar os hipócritas: os que afetam exteriormente a virtude e a moral para ocultar as suas torpezas. 

Quanto ao Espiritismo, o ensinamento dos Espíritos deve ser claro e sem equívocos, a fim de que ninguém possa pretextar ignorância e cada um possa julgá-lo e apreciá-lo com a sua própria razão. Assim, a missão do Espiritismo é o de preparar o Reino de Deus anunciado por Jesus, e por isso é necessário que ninguém venha a interpretar a lei de Deus ao sabor das suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei que é toda amor e caridade. (LE 627)

Se nem sempre a verdade esteve ao alcance de todos, porque, é necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso se habituar a ela pouco a pouco, pois de outra maneira ofuscaria quem a recebesse. 

Jamais houve um tempo em que Deus permitisse ao homem receber comunicações tão completas e tão instrutivas como as que hoje lhe são dadas. Havia na Antigüidade alguns indivíduos que estavam de posse daquilo que consideravam uma ciência sagrada, e da qual faziam mistério para os que consideravam profanos. Também, é porque eles recebiam apenas verdades esparsas no meio de um conjunto equívoco e na maioria das vezes alegórico. Não há, entretanto, para o homem de estudo, nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque todos encerram os germens de grandes verdades, que embora pareçam contraditórias entre si, espalhadas que se acham entre acessórios sem fundamento, são hoje muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos oferece o Espiritismo de uma infinidade de coisas que até aqui nos pareciam sem razão, e cuja realidade nos é agora demonstrada de maneira irrecusável. Não percamos a oportunidade de promover temas de estudo desses materiais. São eles muito ricos e podem contribuir poderosamente para a nossa instrução. (LE 628).

(*) LE - Abreviatura de O Livro dos Espíritos)

* * *

Nenhum comentário:

Postar um comentário