segunda-feira, 31 de março de 2014

O FLUIDO UNIVERSAL, O PERISPÍRITO E AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS


O FLUIDO UNIVERSAL, O PERISPÍRITO
E AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS
Estudo com base in O Livro dos Médiuns,
2ª. parte, Das Manifestações Físicas, Cap. I e seguintes.
Outras obras indicadas nas notas numeradas no texto.
Obra codificada por Allan Kardec.

Pesquisa: Elio Mollo
31/03/2014


Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. O espírito (alma) é o princípio inteligente do Universo. Há, dois elementos gerais do Universo; a matéria e o espírito, e acima de ambos Deus, o Criador, o pai de todas as coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material é necessário ajuntar o fluido universal, que exerce o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considerá-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. Se fosse simplesmente matéria, não haveria razão para que o espírito não o fosse também. Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria; susceptível, em suas inumeráveis combinações com esta, e sob a ação do espírito, de produzir infinita variedade de coisas, das quais não conheceis mais do que uma ínfima parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elemento, sendo o agente de que o espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão e não adquiriria jamais as propriedades que a gravidade lhe dá. (1)

O fluido universal não é uma emanação da Divindade. Tudo foi criado, exceto Deus.

O fluido universal é o princípio elementar de todas as coisas. É o elemento do fluido elétrico, cujos efeitos é conhecido. Para encontrá-lo na simplicidade absoluta seria preciso remontar aos Espíritos puros. No nosso mundo, planeta Terra, ele está sempre mais ou menos modificado, para formar a matéria compacta que nos rodeia. Podemos dizer que ele mais se aproxima dessa simplicidade no que conhecemos como fluido magnético animal (2).

Afirmou-se que o fluido universal é a fonte da vida, contudo, esse fluido só anima a matéria. (3)

O fluido universal é susceptível de inumeráveis combinações. O que chamamos fluido elétrico, fluido magnético são modificações do fluido universal, que é, propriamente falando, uma matéria mais perfeita, mais sutil, que pode ser considerada como independente. (4)

O espírito propriamente dito é envolvido por uma substância, vaporosa para os homens, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a do corpo, mas ainda bastante grosseira para os Espíritos, entretanto, suficiente para que eles possam elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiserem, inclusive, suficiente para que eles possam comunicar-se e agir sobre a matéria, e vice-versa. Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório chamado de perispírito. (5)

Sendo o fluido universal que forma o perispírito, ele não possui todas as propriedades da matéria e a sua condensação é maior ou menor, segundo a natureza dos mundos. (3)

O perispírito desempenha papel muito importante em todos os fenômenos espíritas, nas aparições vaporosas ou tangíveis, no estado do Espírito no momento da morte. (6)

O perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo; é tomado do meio ambiente, do fluido universal; contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético, e até um certo ponto, a própria matéria inerte. Poderíamos dizer que é a quintessência da matéria. E o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, porque esta pertence ao Espírito. E também o agente das sensações externas. (6)

A alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito (7), ou seja, coletivamente, são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material (8).

A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem, assim, o homem é formado de três partes essenciais:

1°. a alma ou espírito elementar (9), princípio inteligente que abriga o pensamento, a vontade e o senso moral;

2°. o corpo, envoltório material que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior;

3°. o perispírito, envoltório fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o Espírito e o corpo. (10)

Durante a vida o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ou perispírito. (11) Quando o envoltório exterior (corpo físico do homem) está gasto e não pode mais funcionar, ele sucumbe e o Espírito dele se despoja, como o fruto se despoja de sua casca, a árvore de sua casca, a serpente de sua pele, em uma palavra, como se tira uma veste velha e imprestável: é o que se chama de morte. A morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório, que se separa do corpo quando cessa a vida orgânica, como a borboleta deixa sua crisálida; contudo, ela conserva seu corpo fluídico ou perispírito.

A alma conserva a sua individualidade após a morte e não a perde jamais. A alma constata a sua individualidade, pois tem um fluido que lhe é próprio, que o extrai da atmosfera do seu planeta e que representa a aparência da sua última encarnação: o seu perispírito. (12)

Os Espíritos, seres que povoam o Universo além do mundo material não são, pois, seres abstratos, vagos e indefinidos, mas seres concretos e circunscritos, aos quais não falta senão serem visíveis para assemelharem-se aos humanos, de onde se segue que, se em dado momento, o véu que os oculta pudesse ser levantado, eles formariam para nós toda uma população circundante. (13)

Os Espíritos têm todas as percepções que tinham sobre a Terra, mas em um mais alto grau, porque suas faculdades não estão mais amortecidas pela matéria; eles têm sensações que nos são desconhecidas, veem e ouvem coisas que nossos sentidos limitados não nos permitem nem ver, nem ouvir. Para eles não há obscuridade, salvo para aqueles cuja punição é de estarem temporariamente nas trevas. Todos os nossos pensamentos repercutem neles, que os leem como em um livro aberto; de sorte que aquilo que podemos ocultar a qualquer outra pessoa, não o podemos mais desde que ele é Espírito. (14)

O perispírito, portanto, faz parte integrante do espírito, como o corpo faz parte integrante do homem. Mas o perispírito sozinho não é o homem, pois o perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o Homem: o agente ou instrumento de sua atividade. (15)

A natureza íntima do espírito propriamente dito, ou seja, do ser pensante, é para nós inteiramente desconhecida. Ele se revela a nós pelos seus atos, e esses atos só podem tocar os nossos sentidos por um intermediário material. O Espírito precisa, pois, de matéria, para agir sobre a matéria. Seu instrumento direto é o perispírito, como o do homem é o corpo. (16)

O perispírito pode variar de aparência, modificar-se ao infinito, contudo, a alma é a inteligência e sua natureza não muda. (17)

O mundo visível vivendo no meio do mundo invisível, com o qual está em contato perpétuo, disso resulta que eles reagem incessantemente um sobre o outro; que desde que há homens, há Espíritos, e que se estes últimos têm o poder de se manifestar, devem tê-lo feito em todas as épocas e entre todos os povos. Entretanto, nestes últimos tempos, as manifestações dos Espíritos tomaram grande desenvolvimento e adquiriram um maior caráter de autenticidade, porque estava nos objetivos da Providência colocar termo ao flagelo da incredulidade e do materialismo mediante provas evidentes, permitindo àqueles que deixaram a Terra virem atestar sua existência e nos revelar sua situação feliz ou infeliz, assim, os Espíritos podem se manifestar para os homens de muitas maneiras diferentes: pela visão, pela audição, pelo tato, pelos ruídos, o movimento dos corpos, a escrita, o desenho, a música, etc. (18)

Para progredir, a alma necessita sempre de um instrumento, sem o qual ela não seria nada para nós, ou melhor, não a poderíamos conceber. O perispírito para os Espíritos errantes é o instrumento pelo qual eles podem se comunicar com os homens, seja indiretamente, por meio do corpo físico ou do perispírito, seja diretamente com a alma. Vem daí a infinita variedade de médiuns e de comunicações. (19)

A manifestação é o ato pelo qual um Espírito revela sua presença e elas podem ser:

Ocultas – quando não têm nada de ostensivo e o Espírito se limita a agir sobre o pensamento;

Patentes – quando são apreciáveis pelos sentidos;

Físicas – quando se traduzem por fenômenos materiais, tais como ruídos, movimento e deslocamento de objetos; Inteligentes – quando revelam um pensamento;

Espontâneas – quando são independentes da vontade e ocorrem sem que nenhum Espírito seja chamado;

Provocadas – quando são efeito da vontade, do desejo ou de uma evocação determinada;

Aparentes – quando o Espírito se faz visível à vista. (20)

NOTAS:

(1) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro primeiro, questões 1, 23 e 27.

(2) Magnetismo animal (do gr. e do lat. magnes, ímã) – assim chamado por analogia com o magnetismo mineral. Tendo a experiência demonstrado que esta analogia não existe, ou é apenas aparente, esta denominação deixa de ser exata. Todavia, como está consagrada por um uso universal, e como, além disso, o epíteto que se lhe acrescenta não permite equívoco, haveria mais inconveniência do que utilidade em mudar este nome. Algumas pessoas substituem-na pela palavra mesmerismo; entretanto esta expressão até agora não prevaleceu.

O magnetismo animal pode ser assim definido: ação recíproca de dois seres vivos por intermédio de um agente especial chamado fluido magnético. (Ver Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.)

(3) Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Segunda parte, Cap. IV, Teoria das Manifestações Físicas, item 74, respostas do Espírito (São) Luís.

(4) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro primeiro, questão 27a.

(5) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questões 93, 135 e 135a.

(6) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, item 257.

(7) _____ _____, O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 14.

(8) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, item 76.

(9) Espírito elementar: Espírito considerado em si mesmo e feita abstração de seu perispírito ou invólucro material. (Ver Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.)

(10) Allan Kardec, O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, itens 14 e 10.

(11) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questão 155a e a nota e O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, itens do 10 ao 17.

(12) _____ _____, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, questões 150 e 150ª

(13) _____ _____, O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 16.

(14) _____ _____, O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 17 e O Livro dos Espíritos, Livro segundo, item 257.

(15) _____ _____, O Livro dos Médiuns, Segunda parte, Cap. I, Das Manifestações Físicas, item 55.

(16) _____ _____, O Livro dos Médiuns, Segunda parte, Cap. I, Das Manifestações Físicas, item 58.

(17) _____ _____, O Livro dos Médiuns, Primeira parte, Cap. I, Sistemas, item 51, instrução do Espírito Lammenais..

(18) _____ _____, O Que é o Espiritismo, Noções Elementares de Espiritismo, Comunicações com o Mundo Invisível, itens 24 e 26.

(19) _____ _____, O Livro dos Médiuns, Primeira parte, Cap. I, Sistemas, item 51, instrução do Espírito Lammenais..

(20) _____ _____, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.


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sexta-feira, 28 de março de 2014

AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA


AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
Estudo com base in O Livro dos Médiuns, segunda parte, capítulos de I à V.
Obra codificada por Allan Kardec.
Demais obras indicadas nas notas de rodapé.

Pesquisa: Elio Mollo


COMO OS ESPÍRITOS DEMONSTRAM A SUA PRESENÇA

Os seres inteligentes que de alguma maneira vivem entre nós, embora naturalmente invisíveis podem demonstrar a sua presença por algum meio. O simples raciocínio mostra que isto nada tem de impossível. Esse fato, aliás, tem a seu favor a aceitação de todos os povos, pois pode-se encontrar informações em toda parte e em todas as épocas, inclusive, sancionada pelo testemunho dos livros sagrados e muitos outros livros não religiosos. Relegar estre fato ao campo das superstições é se posicionar contra o progresso natural da humanidade.

Para que esse progresso aconteça é preciso estudar os meios pelos quais os Espíritos podem manifestar-se. Conquistado esse conhecimento, o fato das manifestações nada apresentará de surpreendente e entra na ordem dos fatos naturais. Comecemos então a estudar este assunto procurando conhecer o que é Alma, Espírito, Perispírito e Homem:

Na obra O que é o Espiritismo (1) encontramos a seguinte instrução:

Quando a alma está unida ao corpo, durante a vida, ela tem um duplo envoltório: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo; outro fluídico, leve e indestrutível, o perispírito, ou seja, o Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa para homem, mas ainda bastante grosseira para os Espíritos. Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, por comparação, pode ser chamado perispírito.

O Espírito tira o seu envoltório semimaterial do fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos, sendo assim, passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como o homem muda de roupa. A forma é conforme o arbítrio do Espírito, assim, com esse envoltório é que os Espíritos aparecem algumas vezes, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, podendo tomar uma forma visível e mesmo palpável. (2)

Há, pois, no homem três coisas essenciais:

- primeiro, a alma ou espírito (elementar), princípio inteligente que abriga o pensamento, a vontade e o senso moral;
- segundo, o corpo, envoltório material que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior;
- terceiro, o perispírito, envoltório fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o espírito e o corpo.

Sendo assim deduzimos que

a união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem;
a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.

Para entendermos melhor o assunto diz Kardec em nota que

a alma é, assim, um ser simples;
o Espírito um ser duplo e
o homem um ser triplo.

E que seria mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e a palavra Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico. Mas como não se pode conceber o princípio inteligente sem ligação material, as palavras alma e Espírito são, no uso comum, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma forma que se diz que uma cidade é habitada por tantas almas, uma vila composta de tantas casas; porém, filosoficamente é essencial fazer-se a diferença.

Para entendermos melhor, diz Kardec em artigo da Revista Espírita de maio de 1864: “Pelo pensamento, representa-se um Espírito, mas não se representa uma alma.” (3) Já se disse que o espírito é uma flama, uma centelha e isto se aplica ao espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, ao qual não há como dar uma forma determinada.

Em O Livro dos Espíritos na resposta da questão 23 os Espíritos dizem que “o espírito elementar ou alma é o princípio inteligente do Universo.” Respondendo a questão 76 os Espíritos dizem que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material. Porque aqui a palavra Espírito é empregada para designar os seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente Universal, ou seja, o espírito considerado em si mesmo e feita abstração de seu perispírito ou invólucro material (4).

Resumindo, temos assim que

Alma = espírito elementar ou principio inteligente. É o ser simples, primitivo. O ser que evolui. (5)

Espírito = elemento inteligente individualizado = ser semimaterial = ser duplo (alma + perispírito) – o ser inteligente da criação (Coletivamente povoam o Universo, fora do mundo material).  (6)

Homem = Espírito encarnado = ser triplo (alma + perispírito + corpo físico). (7)

Espírito Errante = Espírito (alma + perispírito) que aguarda uma encarnação. (8)

MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS E AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

O espírito é a matéria são distintos, mas é necessária a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta e esta união é necessária para a manifestação do espírito pois que o homem não esta organizado suficientemente para perceber o espírito sem a matéria, ou seja, os sentidos dele, de alguma maneira, não estão ainda apurados ou não foram feitos para isso. (9)

Para progredir ou se manifestar a alma (princípio inteligente) necessita sempre de um instrumento, sem o qual ela não seria nada, ou melhor, o homem não a poderia conceber (10). Assim, para os Espíritos errantes é o instrumento pelo qual eles podem se comunicar com o homem, seja indiretamente, por meio do seu corpo físico ou do seu perispírito, seja diretamente com a alma, pelo pensamento, assim, temos uma infinita variedade de médiuns e comunicações espíritas. (11)

Os que consideram o Espírito completamente desprovido de matéria perguntam, com aparente razão, como pode ele agir materialmente. O Espírito não é uma abstração (12), mas um ser definido, limitado e circunscrito. O Espírito encarnado é a alma do corpo (13) e, quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório, isto é, ele leva consigo uma outra espécie de matéria (14). Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, é sob essa forma que os reconhecemos.

A matéria sutil do perispírito não tem a persistência e a rigidez da matéria compacta do corpo. Ela é, se assim podemos dizer, flexível e expansível. Por isso, a forma que ela toma, mesmo que decalcada do corpo, não é absoluta. Ela se molda à vontade do espírito, que pode lhe dar a aparência que quiser, enquanto o invólucro material lhe ofereceria uma resistência invencível.

Assim, o ato pelo qual um Espírito revela sua presença são conhecidas pelo nome de manifestações espíritas e, elas não podem ocorrer sem a ação do Espírito sobre a matéria.

As manifestações espíritas podem ser:

Ocultas, quando não tem nada de ostensivo e o Espírito se limita a agir sobre o pensamento;

Patentes, quando são apreciáveis pelos sentidos;

Físicas, quando se traduzem por fenômenos materiais, tais como ruídos, movimentos e deslocamentos de objetos;

Inteligentes, quando revelam um pensamento, ou seja, uma troca de pensamentos entre eles e os homens;

Espontâneas, quando são independentes da vontade e ocorrem sem que nenhum Espírito seja chamado ou evocado;

Provocadas, quando são efeito da vontade, do desejo ou de uma evocação determinada;

Aparentes, quando o Espírito se faz visível à vista dos homens, fenômeno conhecido como aparição de um Espírito. (15)

NOTAS:

(1) Allan Kardec, O Que é o Espiritismo, Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, itens 9, 10 e 14.

(2) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Mundo Espírita ou dos Espíritos, cap. I, Dos Espíritos, Perispírito, da questão 93 em diante.

(3) Allan Kardec, Revista Espírita, maio 1864, A Alma Pura de Minha Irmã Henríette.

(4) Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.

(5) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, resposta da questão 23, O Que é o Espiritismo, Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, nota ao item 14 e Revista Espírita, maio 1864, A Alma Pura de Minha Irmã Henríette.

(6) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, resposta da questão 76, O Que é o Espiritismo, Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 14 e Revista Espírita, maio 1864, A Alma Pura de Minha Irmã Henríette.

(7) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, respostas das questões 135 e 135a, O Que é o Espiritismo, Capítulo II - Noções Elementares de Espiritismo, Dos Espíritos, item 14 e Revista Espírita, maio 1864, A Alma Pura de Minha Irmã Henríette.

(8) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Mundo Espírita ou dos Espíritos, Cap. VI. Vida Espírita, Espíritos Errantes, da questão 223 em diante.

(9) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro primeiro, As Causas Primárias, Cap. II, Elementos Gerais do Universo, Conhecimento do Princípio das Coisas, resposta das questões 25 e 25a.

(10) “Pelo pensamento, representa-se um Espírito, mas não se representa uma alma.” (4) Ver Allan Kardec, Revista Espírita, maio 1864, A Alma Pura de Minha Irmã Henríette.

(11) Ver Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, primeira parte, cap. IV, Sistemas, item 51.

(12) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Mundo Espírita ou dos Espíritos, cap. II, Encarnação dos Espíritos, Origem e Natureza dos Espíritos, da questão 76 em diante.

(13) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Mundo Espírita ou dos Espíritos, cap. II, Encarnação dos Espíritos, Da Alma, da questão 94 em diante.

(14) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Mundo Espírita ou dos Espíritos, Cap. III, Retorno da Vida Corpórea, À Vida Espiritual, A Alma Após a Morte, da questão 149 em diante.

(15) Allan Kardec, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário Espírita.

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segunda-feira, 24 de março de 2014

ESQUECIMENTO DE EXISTÊNCIAS PASSADAS


ESQUECIMENTO DE EXISTÊNCIAS PASSADAS
Estudo com base em respostas do Espírito (São) Luís, Na Revista Espírita de fevereiro de 1861, Questões e Problemas Diversos. Jornal de Estudos Psicológicos publicada sob a direção de Allan Kardec.

Pesquisa: Elio Mollo
24/03/2014


Num mundo superior, mesmo o envoltório corporal sendo mais rarefeito ou menos denso o Espírito encarnado perde a lembrança de suas existências anteriores, ou seja, desde que o Espírito se reveste de um envoltório material terá ele dificuldade(s) de lembrar-se das suas existências passadas.

Um Espírito mais elevado melhor compreende Deus e o Universo, mas o seu passado se apaga obscurecendo a sua inteligência, assim, ele mesmo não compreenderia se seria o homem da África, da Europa ou da América - da Terra, de Marte ou de Vênus. Não se recordando, É ELE MESMO, o homem inteligente e superior, compreendendo melhor a Deus, mas isso é tudo. Assim, se o esquecimento do passado é necessário num mundo mais adiantado, com mais forte razão deve sê-lo em nosso mundo material como é, ainda, a Terra. É evidente que a lembrança de nossas existências precedentes causaria lamentável confusão em nossas ideias, sem falar de todos os outros inconvenientes já assinalados a respeito. Tudo quanto Deus faz leva o selo de sua sabedoria e de sua bondade; não nos cabe criticar, ainda mesmo quando não compreendamos o objetivo.

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Estudo relacionado:
ESQUECIMENTO DO PASSADO

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