quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O CANTO DO ZUAVO & SOBRE A LIBERDADE DE FAZER OU DEIXAR DE FAZER


O CANTO DO ZUAVO & SOBRE A LIBERDADE DE FAZER OU DEIXAR DE FAZER
Pesquisa feita por Elio Mollo na coleção da Revista Espírita de 1859 (*).
Jornal de Estudos Psicológicos publicada sob a direção de Allan Kardec.


Você sabia que

Numa sexta-feira, 15 de julho de 1859, em sessão particular da Sociedade Parisiense de Estudos Espírita (1) foi feita a leitura de uma carta do Sr. Jobard, de Bruxelas, presidente honorário da Sociedade, dando conta de vários fatos relativos ao Espiritismo e oferecendo à Sociedade uma canção, intitulada O Canto do Zuavo, que lhe foi inspirada pela evocação do Zuavo de Magenta (2). Essa canção foi cantada num teatro de Bruxelas. O fim dessa canção, na qual sobressai a verve espiritual do autor, é mostrar que as ideias espíritas têm por objetivo destruir as apreensões da morte.

Nessa sessão também foi feita a leitura de uma carta endereçada ao sr. presidente, a propósito do temporal de Solferino (3). O autor assinalou vários outros fatos análogos e indaga se não haveria algo de providencial nessa coincidência. Essa questão foi respondida na segunda conversa com o oficial morto em Magenta e também foi objeto de um exame mais aprofundado.

(1) Ver Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas publicado na Revista Espírita de agosto de 1859, ano II, N.º 8.
(2) Ver Revista Espírita de julho de 1859, ano II, N.º 7, Conversas Familiares de Além-Túmulo com Novidades da Guerra, O Soldado Argelino de Magenta, Um Oficial Superior Morto em Magenta.  Edição de setembro de 1859 com Um Oficial do Exército da Itália e Papel dos Espíritos nos Fenômenos Naturais.
(3) Ver Revista Espirita de setembro de 1859, ano II, N.º 9, As Tempestades.

Tem mais...

Na sessão particular da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas em 1.º de julho de 1859, vários membros contestaram respostas de Cristóvão Colombo (Espírito), considerando-se que a missão não retira a liberdade de fazer ou deixar de fazer. Assim, procuramos extrair algumas considerações do Boletim da SPEE publicado na Revista Espírita de agosto de 1859 que achamos útil para o nosso aprendizado:

"O homem não é fatalmente impelido a fazer tal ou qual coisa. Pode acontecer que, como homem, se comporte mais ou menos cegamente, porém, como Espírito tem sempre a consciência do que faz e permanece sempre senhor de suas ações. Supondo que o princípio da fatalidade decorresse das respostas de Colombo, não seria a consagração de um princípio que, em todos os tempos, tem sido combatido pelos Espíritos. Em todo caso, seria apenas uma opinião individual. Ora, a Sociedade está longe de aceitar como verdade irrefutável tudo quanto dizem os Espíritos, porque sabe que eles podem enganar-se. Um Espírito poderia dizer muito bem que é o Sol que gira em redor da Terra, e não o contrário, o que não seria mais verdadeiro pelo fato de proceder de um Espírito. Tomamos as respostas pelo que elas valem. Nosso objetivo é estudar as individualidades, seja qual for o seu grau de superioridade ou de inferioridade, e assim adquirimos o conhecimento do estado moral do mundo invisível, não emprestando nossa confiança às doutrinas dos Espíritos senão quando elas tocam a razão e o bom-senso, e quando nelas encontramos a verdadeira luz. Quando uma resposta contém erros evidentes, ou é ilógica, concluímos simplesmente que o Espírito que a deu ainda se encontra atrasado.” Finalmente foi concluído nessa reunião que as respostas de Colombo, de modo algum implicaram a fatalidade.


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